O ROI da criatividade: sua marca é sinal ou ruído na IA?

Como cofundador de uma agência de Marketing, sei bem da constante pressão de “fazer mais com menos“. E, nos últimos anos, essa pressão ganhou um novo tempero: a inteligência artificial. De repente, a promessa de escalar a produção de conteúdo a um custo marginal se tornou tentadora demais para ser ignorada. 

Equipes se jogaram de cabeça, produzindo rios de artigos, posts e e-mails, na expectativa de que a quantidade traria, inevitavelmente, mais visibilidade, mais leads e, claro, mais vendas por meio do Marketing de Conteúdo.

Mas se, assim como eu, você vem observando o mercado com um olhar mais analítico e menos… digamos… otimista demais, deve ter percebido um fenômeno intrigante. 

É o que chamo de “paradoxo da criatividade na IA”: quanto mais conteúdo é gerado por algoritmos, mais genérico ele se torna. E quanto mais genérico ele se torna, menos atenção ele consegue capturar.

Não é um problema de volume; é um problema de valor. Estamos criando um oceano de dados, mas ele está destilado — puro, mas sem sabor, sem alma, sem nada que o faça realmente nutritivo.

O paradoxo da IA: por que mais conteúdo está gerando menos atenção?

Pense comigo: há dez, quinze anos, criar um blog corporativo já era um diferencial. Hoje, ter um blog é como ter um site: uma necessidade básica, mas que por si só não garante nada. 

O que mudou nessa dinâmica? O volume e a competição pela atenção. 

E então veio a IA. Ferramentas de inteligência artificial que prometiam ser o canivete suíço de escala, o segredo para inundar o mercado com a mensagem da sua marca. E que, em parte, cumpriu o que foi proposto. A produção de conteúdo explodiu. Nunca se escreveu tanto, nunca se publicou tanto. 

Mas será que nunca se leu tanto? Ou, mais importante, será que nunca se conectou tanto?

Na prática, percebo um efeito reverso. Aquilo que deveria nos tornar mais visíveis, nos tornou, em muitos casos, parte de um cenário cada vez mais indistinguível. É como ter um carro esportivo em um engarrafamento quilométrico: ele tem potencial, sim, mas está preso no mesmo fluxo lento que todos os outros.

O “ruído” da IA: como a automação em massa tornou as marcas invisíveis?

A lógica por trás do uso massivo da IA para produção de conteúdo é sedutora: se eu produzir 100 artigos, em vez de 10, minhas chances de ser encontrado se multiplicam por dez. 

Na teoria, faz sentido. Mas, na prática, o que estamos vendo é uma avalanche de conteúdo “OK”. Conteúdo correto, sem erros gramaticais, bem estruturado, que responde a uma pergunta básica. 

Só que, no fundo, é um conteúdo sem personalidade, sem profundidade real, sem aquele toque humano que faz o leitor parar e pensar: “Hmm, essa empresa realmente entende o que eu preciso.”.

A IA é fantástica em replicar padrões. Ela é mestre em pegar o que já existe, reorganizar e apresentar de uma forma nova. É um eco brilhante. 

O problema é que, em um mundo já abarrotado de informações, ecoar o que já foi dito não te destaca. Te afoga na multidão. Seu conteúdo se torna mais uma gota em um oceano de mesmice, o que chamo de “ruído”.

Você já notou como tantos conteúdos online hoje em dia parecem ter saído da mesma máquina? A mesma estrutura, as mesmas frases de efeito, a mesma superficialidade. 

É a robotização do conteúdo criando um efeito colateral paradoxal: ao invés de amplificar a voz da marca, ela a dilui, tornando-a ironicamente invisível. A menos que sua marca queira ser o equivalente digital de uma canção genérica de elevador, precisamos ir além.

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Sua estratégia está apenas repetindo o que já existe?

Essa é uma questão que todo CMO estratégico precisa levantar:

• Sua equipe, na ânsia de entregar volume e aproveitar o “boom da IA”, está apenas gerando variações sobre temas já batidos?
• Seu conteúdo está realmente oferecendo um novo ângulo, uma perspectiva original, uma solução que o concorrente ainda não articulou?
• Ou você está apenas seguindo o manual da IA, repetindo “as melhores práticas” que, ironicamente, já se tornaram as práticas mais comuns?

E aqui abro um parêntese importante: não estou demonizando a IA. Longe disso! Ela é uma ferramenta poderosa. 

Mas, como quaisquer outras ferramentas essenciais para criação de conteúdo, seu valor está no “como” a usamos. Um martelo pode construir uma casa ou destruir uma parede, a diferença está na mão que o segura e na mente que planeja.

E o resultado? Baixo engajamento, taxas de conversão pífias e um senso crescente de que, apesar de todo o investimento em tecnologia, os resultados não aparecem na mesma proporção. Seu ROI da criatividade fica no chão.

Sinal vs. Ruído: o ativo mais valioso do seu Marketing

Agora vou propor outra perspectiva. Se o ruído é o conteúdo genérico, repetitivo e que dilui sua marca, o que seria um “sinal”? 

O sinal é a clareza, a distinção, a mensagem que se destaca no meio da cacofonia. É o farol que guia o seu público através da névoa de informações irrelevantes. É a autêntica criatividade humana amplificada por estratégia e tecnologia.

Em um ambiente onde a IA permite a replicação de padrões triviais, a verdadeira escassez não é mais a informação, mas a visão. Não é o volume de dados, mas a habilidade de conectar pontos de forma original, de gerar ideias que a máquina não consegue simular. 

E é aí que reside o ativo mais valioso do seu Marketing hoje: a capacidade de ser um sinal.

Pense no “sinal” como um chef renomado em um mundo de fast-food. Enquanto a maioria dos restaurantes produz refeições padronizadas em massa (eficazes, sim, mas indistinguíveis), o chef cria uma experiência gastronômica única, que evoca emoções, surpreende e deixa uma marca. 

O preço pode ser maior, o processo mais artesanal, mas o valor percebido, o retorno emocional e a lealdade gerada são incomparáveis. Esse é o verdadeiro ROI da criatividade.

Unpromptable Idea: o que a IA nunca vai criar para sua marca?

Em minhas palestras e conversas com CMOs, eu sempre trago o que chamo de “Unpromptable Idea“. São aquelas ideias que não nascem de um prompt bem formulado, mas de algo muito mais profundo: 

• Insight humano; 
• Empatia; 
• Experiência de vida;
• Intuição;
• E a capacidade de conectar o aparentemente desconexo.

Uma Unpromptable Idea é aquela que a IA não pode gerar porque ela não tem alma, não tem a capacidade de sentir o seu público-alvo, de compreender as nuances culturais ou de prever uma tendência emergente com base em algo mais do que padrões estatísticos. 

Ela não tem a audácia de romper com o esperado, a sensibilidade para tocar uma dor não verbalizada ou a visão para criar um futuro ainda não imaginado.

Pense em campanhas icônicas que marcaram gerações. Elas nasceram de um input ou de um insight? Elas se basearam em “o que já funciona” ou em “o que poderia funcionar de uma maneira totalmente nova”? 

É essa Unpromptable Idea que transforma sua marca de um produto em uma experiência, de um serviço em uma solução que realmente importa. E é essa ideia que, quando devidamente amplificada, gera o maior ROI da criatividade.

Como a criatividade humana não compete com a IA, mas a multiplica?

Aqui está o ponto crucial: a criatividade humana e a IA não são adversárias. Elas são parceiras, e uma potencializa a outra de forma exponencial. A grande ideia não precisa ser criada manualmente em cada detalhe, nem precisa depender apenas do tráfego orgânico de um blog.

Imagine o seguinte cenário: você tem uma Unpromptable Idea — uma visão estratégica única para sua campanha, um ângulo de conteúdo que ninguém mais pensou, uma mensagem que ressoa profundamente com sua persona. Isso é o sinal.

Agora, onde a IA entra? Como eu disse anteriormente, ela não gera essa ideia, ela multiplica.

1. Amplificação de conteúdo: a IA pode pegar sua ideia central e transformá-la em dezenas de formatos: posts para redes sociais, roteiros de vídeo curtos, e-mails personalizados, variações de títulos e descrições. Ela faz o trabalho braçal de adaptação e formatação;
2. Otimização e distribuição: a IA pode analisar dados para avaliar os melhores canais de Marketing Digital, os horários de pico, as segmentações de público mais eficazes. Ela otimiza suas campanhas para garantir que sua mensagem chegue às pessoas certas no momento certo;
3. Análise de desempenho: após a distribuição, a IA auxilia a monitorar o desempenho, identifica o que funcionou e o que não funcionou, e fornece insights para refinar as próximas ações.

Curtiu até aqui? No vídeo abaixo, direto do CMO Summit 2024, eu aprofundo essa ideia num papo com quatro gigantes!

Cases na prática: quando uma ideia autêntica gera resultados concretos

Não estou falando de teoria, mas de resultados mensuráveis com tráfego qualificado. Em um mercado onde todos correm atrás do último algoritmo, quem se destaca é quem tem a visão de usar a tecnologia a serviço de uma ideia maior.

E aqui faço questão de destacar: eu, Guilherme de Bortoli, não prometo milagres. Prometo processos, análises e estratégias embasadas em dados e experiência. E, nesses processos, a criatividade humana é um motor fundamental.

Vou compartilhar dois exemplos de como a Orgânica, em parceria com marcas que entenderam o valor do “sinal” em meio ao “ruído”, conseguiu transformar ideias autênticas num ROI da criatividade exponencial.

Case Cresol: a autenticidade aumentou a visibilidade do blog em 135%

A Cresol é uma cooperativa de crédito que atua em um mercado extremamente competitivo e, muitas vezes, agressivo. Bancos tradicionais e fintechs com orçamentos de Marketing gigantescos brigam por cada pedaço de atenção. 

Para a Cresol, replicar a mesma estratégia de “oferta e taxa baixa” seria mergulhar no ruído e se tornar invisível.

A Unpromptable Idea aqui foi simples, mas profunda: a autenticidade dos valores cooperativistas. Em vez de focar apenas em produtos financeiros, focamos em narrativas que celebravam a comunidade, o apoio mútuo, o crescimento conjunto e o impacto local. 

Criamos conteúdo que educava, inspirava e, acima de tudo, gerava identificação genuína com os princípios da cooperativa.

Não era sobre “ter o melhor cartão de crédito”, mas sobre “pertencer a uma comunidade que se importa”. O que fizemos, então? Usamos a IA e as plataformas digitais para amplificar esse sinal. 

O resultado? Um aumento de 135% na visibilidade orgânica do blog. Não era apenas volume, era um público mais engajado, que buscava ativamente a marca por seus valores, não apenas por seus produtos. 

Isso se traduziu em um fortalecimento da marca, em novas adesões e em um ROI da criatividade que vai muito além dos números imediatos. 

Case Ecoolmove: estratégia criativa e precisa bateu a meta anual de vendas em apenas 1 mês, com 18.400% de ROAS

A Ecoolmove, uma marca de veículos elétricos, enfrentava o desafio de um mercado em ascensão, mas com alta competição e a necessidade de educar o consumidor sobre um novo estilo de vida. Eles precisavam de uma “tacada certeira”, algo que gerasse um impacto imediato e duradouro.

A Unpromptable Idea foi posicionar o produto não apenas como um meio de transporte, mas como um símbolo de liberdade, agilidade e inteligência.

Fugindo da simples comparação de especificações técnicas, o time da Orgânica estabeleceu uma conexão entre o produto e um estilo de vida aspiracional e inovador.

A criatividade esteve na concepção da campanha de Marketing de sucesso, na escolha da linguagem visual e textual, na forma como a proposta de valor foi comunicada. Não era apenas “compre uma moto elétrica”, mas “liberte-se do trânsito, redescubra sua cidade com Ecoolmove”.

Na prática, se traduziu em peças como esta:

Com essa ideia criativa como base, utilizamos a IA para refinar a segmentação, otimizar os anúncios, testar rapidamente diferentes abordagens e escalar a distribuição para o público mais receptivo. A precisão da IA potencializou a força da ideia.

O resultado foi estrondoso: a Ecoolmove bateu sua meta anual de vendas em apenas 1 mês, alcançando um ROAS de 18.400%. Isso é a prova matemática de que uma grande ideia, quando amplificada estrategicamente pela tecnologia, pode gerar retornos absurdos. 

Transforme seu “sinal” criativo em resultados de negócio!

O Marketing Digital está em um ponto de inflexão. A era da IA está nos forçando a redefinir o que realmente significa valor. Não é mais sobre quem produz mais conteúdo, mas sobre quem sabe ser significativo, mais autêntico e mais impactante.

A competição pela atenção nunca foi tão feroz, e o ruído gerado pela automação genérica de conteúdo está tornando a tarefa de se destacar cada vez mais desafiadora. Se você sente essa pressão e percebe que volume não é sinônimo de resultado, está na hora de mudar o foco.

O verdadeiro ROI da criatividade não está na quantidade de peças que sua equipe pode gerar com a ajuda da IA. Ele reside na qualidade das Unpromptable Ideas — aquelas que só a mente humana, com sua capacidade de insight, empatia e inovação, pode conceber.

Sua marca pode ser um farol em meio à névoa, um sinal claro e potente que atrai seu público e gera conexões reais. E, quando esse sinal é amplificado pela IA, os resultados de negócio deixam de ser apenas bons: tornam-se exponenciais.

A Orgânica é uma agência de Marketing Digital que acredita que o futuro do Marketing está na união entre a estratégia humana de alto nível e a eficiência da inteligência artificial aplicada com propósito. É assim que transformamos ideias em vantagem competitiva.

Fale com nossos especialistas e descubra como criar Unpromptable Ideas capazes de se tornar sinais irresistíveis — e resultados que realmente importam.

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